quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Relíquias: o corpo físico tocado pela santidade




Que religião manteria guardados os ossos de pessoas mortas, colocando-os em exposição e esperando que as pessoas viessem beijá-los? O que são as relíquias e por que são tão importantes para os católicos? Eles realmente acreditam na autenticidade destas relíquias?
Uma relíquia é algo associado a uma pessoa que foi canonizada ou beatificada, sendo portanto santa. Existem três categorias de relíquias: uma relíquia de primeira classe é um pedaço dos restos mortais da pessoa. Pode ser um fragmento de osso, cabelo, pele ou sangue. A relíquia é extraída quando o corpo do santo é exumado como parte do processo de canonização. A exumação da Beata Francisca Paula de Jesus – Nhá Chica, aconteceu em junho de 1998.
Uma relíquia de segunda classe é algum objeto ou parte de um objeto que foi regularmente usado pelo santo durante sua vida terrena. Há muitas relíquias de segunda classe. Podem ser pertences do santo, como roupas, móveis... como aqueles que podemos visitar na Casa onde morou a Bem-aventurada Francisca Paula de Jesus ou no seu Memorial, em Baependi/MG.
Uma relíquia de terceira classe é um pedaço de pano que tocou uma relíquia de primeira classe. Relíquias de terceira classe são normalmente incluídas como partes de cartões de oração produzidos em massa e itens de devoção. Um pano toca a relíquia de primeira classe, em seguida, retiram-se em vários pedaços para que um grande número de pessoas possa ter contato físico com o santo.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

1ª Festa Litúrgica da Bem-aventurada Francisca Paula de Jesus – Nhá Chica



Hoje (14/06/2013), pela primeira vez, toda a Diocese da Campanha, no Brasil, celebra a festa litúrgica de Beata Francisca Paula de Jesus – Nhá Chica, beatificada no último dia 04 de maio, em Baependi/MG, onde a beata viveu e morreu e onde celebração tem categoria de solenidade.
O ofício litúrgico da Beata Francisca de Paula de Jesus conta com oração coleta própria, aprovada pela Santa Sé: «Senhor, Pai de bondade, que Vos agradais dos humildes e simples, concedei-nos a sabedoria e o amor com que agraciastes a Beata Francisca de Paula, virgem: animados pelos seus exemplos de vida santa, possamos servir-Vos em nossos irmãos e irmãs. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo». E indica um texto dos Escritos de S. Gregório de Nissa, bispo e doutor da Igreja (De instituto christiano: PG 46, 305 A-C), como segunda leitura do Ofício das Leituras, onde se ensina o caminho da santidade por meio da consagração do cotidiano e do serviço aos pobres, exatamente como o fez a nossa beata. O restante deve ser tomado do Comum das Virgens para uma Santa.
       A Beata Francisca Paula de Jesus nasceu em 1808 em São João del’Rey (MG, Brasil). Sendo ela mulher e escrava, não pode estudar e aprendeu o espírito de oração e o amor pelas Sagradas Escrituras de sua mãe, que a aconselhou a consagrar também a sua vida ao Senhor vivendo a castidade, para «cuidar das coisas de Deus e dos pobres». Conhecida como «Nhá Chica», sempre se preocupou em cuidar dos pobres e em acolher as tantas pessoas que a procuravam para pedir conselhos e orações. Tinha especial devoção à Senhora da Conceição e às três horas da agonia do Senhor. Sua oração predileta era a Salve Rainha. A Beata entregou sua alma a Deus em 14 e só foi sepultada no dia 18 de junho de 1895, em Baependi, no interior da Capela por ela edificada à Senhora da Conceição que lhe tinha solicitado tal empresa. Nessa ocasião ela já era conhecida por todos pela sua imensa fama de santidade.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

O Batismo: início do caminho da santidade

Há mais de 200 anos, mais exatamente há 203 anos, no dia 26 de abril de 1810, uma criança era conduzida à Pia Batismal da Capela de Santo Antônio e ali recebia a graça da filiação divina e o gérmen da santidade. Era a menina Francisca Paula de Jesus, futuramente conhecida como Nhá Chica. Isso aconteceu em sua terra natal, Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, um pequeno povoado próximo a São João del’Rei, onde se situava a Fazenda Porteira dos Vilela, onde nascera.
O Pe. Manoel Antônio de Castro, coadjutor da Matriz de São João del’Rei anotou o ocorrido no Livro de Batismos daquela paróquia: «Aos vinte e seis dias de abril de mil oitocentos e dez, na Capela de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, filial  desta Matriz de São João del’Rei, (…) o Reverendo Joaquim José Alves[1] batizou e pôs os Santos Óleos a FRANCISCA[2], filha natural de Isabel Maria, e foram padrinhos Ângelo Alves e Francisca Maria Rodrigues».

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Um rebento entre grilhões: nascimento e infância de Nhá Chica



Nhá Chica, em sua vida, fez a experiência de, na simplicidade, sem grandes feitos, ser reconhecida como alguém que aponta para o infinito, alguém que mostra aqui e agora, no cotidiano da vida, de modo concreto e vivo, o projeto original de Deus para o seu povo, a humanidade.
Francisca de Paula de Jesus foi uma simples mulher, filha de escrava, que viveu mais de 80 anos, durante o último estágio do regime da escravidão negra no Brasil, nas cidades de São João Del’Rei e Baependi, ambas no estado de Minas Gerais.
Nhá Chica, como ficou conhecida, nasceu na “Porteira dos Villelas”, fazenda de porte não muito grande, situada em Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, povoado da Província de Minas Gerais situado a seis léguas[1] de São João Del’Rei, de onde hoje é distrito. Era o ano de 1808, segundo escreve o Dr. Henrique Monat em 1894, após entrevistá-la[2]. Foi batizada em 1810[3], conforme o assentamento paroquial[4].