Certa vez, a bem-aventurada Nhá Chica recebeu em sua
pequenina casa o nobre conselheiro do Império, João Pedreira do Couto Ferraz.
Era o ano de 1873. Ele, casado com Elisa Amália de Bulhões Pedreira, fazia-se
acompanhar, entre outras pessoas, de sua filha primogênita que na ocasião
contava 15 anos de idade e alimentava o desejo de consagrar-se ao Senhor. Era a
jovem Zélia, nascida a 05 de abril de 1857.
A família encontrava-se no vizinho povoado de Caxambu
para desfrutar das suas ricas águas minerais. A boa fama de sábia conselheira
da beata Nhá Chica, que naquele tempo já trespassara os limites da pequena vila
Baependi, atraia muitos à sua procura. Aquela ditosa família acorreu ao encontro
da piedosa serva de Deus para recomendar às suas orações a jovem menina
desejosa de Deus.
Nhá Chica recebeu-os em sua modesta casa e logo depois
de «um dedo de prosa» já conhecia as aflições daquela família.
Recolheu-se então ao seu quartinho e à intimidade da oração à sua «Sinhá», modo
carinhoso como se referia à pequenina imagem da Senhora da Conceição que
herdara de sua mãe. Os hóspedes esperavam na sala. Pouco tempo depois, voltou a
velha senhora e, sem transparecer sombra alguma de dúvida, pronunciou o oráculo
profético: