sexta-feira, 14 de junho de 2013

1ª Festa Litúrgica da Bem-aventurada Francisca Paula de Jesus – Nhá Chica



Hoje (14/06/2013), pela primeira vez, toda a Diocese da Campanha, no Brasil, celebra a festa litúrgica de Beata Francisca Paula de Jesus – Nhá Chica, beatificada no último dia 04 de maio, em Baependi/MG, onde a beata viveu e morreu e onde celebração tem categoria de solenidade.
O ofício litúrgico da Beata Francisca de Paula de Jesus conta com oração coleta própria, aprovada pela Santa Sé: «Senhor, Pai de bondade, que Vos agradais dos humildes e simples, concedei-nos a sabedoria e o amor com que agraciastes a Beata Francisca de Paula, virgem: animados pelos seus exemplos de vida santa, possamos servir-Vos em nossos irmãos e irmãs. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo». E indica um texto dos Escritos de S. Gregório de Nissa, bispo e doutor da Igreja (De instituto christiano: PG 46, 305 A-C), como segunda leitura do Ofício das Leituras, onde se ensina o caminho da santidade por meio da consagração do cotidiano e do serviço aos pobres, exatamente como o fez a nossa beata. O restante deve ser tomado do Comum das Virgens para uma Santa.
       A Beata Francisca Paula de Jesus nasceu em 1808 em São João del’Rey (MG, Brasil). Sendo ela mulher e escrava, não pode estudar e aprendeu o espírito de oração e o amor pelas Sagradas Escrituras de sua mãe, que a aconselhou a consagrar também a sua vida ao Senhor vivendo a castidade, para «cuidar das coisas de Deus e dos pobres». Conhecida como «Nhá Chica», sempre se preocupou em cuidar dos pobres e em acolher as tantas pessoas que a procuravam para pedir conselhos e orações. Tinha especial devoção à Senhora da Conceição e às três horas da agonia do Senhor. Sua oração predileta era a Salve Rainha. A Beata entregou sua alma a Deus em 14 e só foi sepultada no dia 18 de junho de 1895, em Baependi, no interior da Capela por ela edificada à Senhora da Conceição que lhe tinha solicitado tal empresa. Nessa ocasião ela já era conhecida por todos pela sua imensa fama de santidade.
Na carta apostólica enviada para a cerimônia de beatificação, o Papa Francisco afirmou que a Beata «era uma mulher de oração assídua e fiel testemunha da misericórdia de Cristo para com os necessitados no corpo e no espírito».
Falando na homilia da missa de beatificação, o cardeal Ângelo Amato afirmou: «A nossa (…) beata era humilde. Não atribuía nada à sua pessoa, mas tudo a Deus e a Nossa Senhora. Ela colocava os pedidos dos fiéis diante da Virgem Maria. Quando uma pessoa voltava para agradecê-la por uma graça alcançada, ela dizia: 'Eu peço a Nossa Senhora, que me escuta e me responde'. Sua fama de santidade sempre foi consistente e persistente».
Rezemos, agradecendo ao bom Deus que espalha a santidade que é sua entre os seus filhos e filhas, por tê-la feito nascer entre nós na Bem-aventurada Francisca Paula de Jesus – Nhá Chica e pelo seu reconhecimento oficial por parte da Santa Igreja. E peçamos por sua intercessão as graças que mais ardentemente desejamos e realmente necessitamos, não apenas para o nosso bem-estar, mas sobretudo para a nossa salvação eterna: «Deus, nosso Pai, vós revelais as riquezas do vosso Reino aos pobres e simples. Assim, agraciastes a Bem-Aventurada Francisca de Paulo de Jesus, Nhá Chica, com inúmeros dons: fé profunda, amor ao Próximo e grande sabedoria. Amou a Igreja e manteve filial devoção à Imaculada Conceição. Por sua intercessão, concedei-nos a graça de que precisamos (…). Por Cristo, nosso Senhor». Amém!

Um comentário:

  1. Um suave milagre

    O que é um milagre? Uma das definições possíveis de milagre é que ele é um evento sobrenatural, inexplicável, que causa estranheza e admiração. Mas eu tenho a minha própria definição: um milagre é algo assim como um "mimo" do céu que desce até nós. Às vezes manifesta-se sob a forma de uma cura, um auxílio pronto, ou um desejo simplesmente atendido. Não importa. O que importa é que quando o milagre acontece na nossa vida, o nosso coração transborda de alegria e sentimo-nos imensamente gratos pela graça com que Deus se dignou presentear-nos.
    Até há bem pouco tempo atrás eu não sabia onde era Baependi (agora imagino) e jamais tinha ouvido falar de Nhá Chica. Depois um dia, durante uma missa à qual a minha mãe assistia, o padre Jean Paul falou acerca de uma nova Beata, uma mulher simples, filha e neta de escravas, que por aqueles dias enchia o coração do Brasil. Nada mais chegar da missa, minha mãe apressou-se a contar-me o que o padre brasileiro tinha dito sobre a "nova santa" do Brasil. Sabia até o seu nome: Francisca de Paula de Jesus. E o seu apelido carinhoso: Nhá Chica. Senti um não sei quê. Uma curiosidade. Mas senti. Movi-me para o computador. Pesquisei e apareceu logo: a imagem de uma mulher muito simples, muito humilde e com um ar muito acessível. Assim como que um sorriso do bom Deus. Senti logo que podia confiar nela.
    Naquele momento, a Liliana estudava numa mesa ao lado, preparando-se para entrar na Universidade. Os exames prometiam (e confirmaram-se depois) ser particularmente dificeis. Num impulso, disse-lhe (melhor, afirmei-lhe): se confiares em Nhá Chica, esta santinha brasileira que acabou de chegar junto de nós, tudo correrá bem. Comprometia Nhá Chica nesta promessa, mas sabia que a nova Beata não me ía deixar ficar mal. Afinal, se tinha vindo de tão longe até Aldeia Velha seria por alguma coisa.E assim foi. A Liliana entrou na Universidade de Coimbra. Mais tarde, voltei a dizer-lhe: se Nhá Chica te ajudou a chegar até aqui, também caminhará contigo, se lhe pedires. Não sei se ela lhe pediu. Mas pedi-lhe eu. E o primeiro ano da Liliana na Universidade de Coimbra teminou com sucesso.
    Penso que é agora o momento de dizer que também eu concluí Ciência Forense (particularmente difícil para mim porque toda a formação foi feita integralmente em língua inglesa) com distinção. Foi exigente. Mas consegui. Nhá Chica também ajudou.
    Mas estou aqui a escrever principalmente por isto: o meu primeiro blog é já um livro editado (em formato eletrónico) e está à venda em Portugal, no Brasil e no mundo. Está dedicado ao meu pai (que o merece mais do que ninguém) e a Nhá Chica. Porque sim. Porque eu quis. Porque confio nela. E porque, embora seja ainda um projeto que nasce, muito pequenino, muito no início, eu sei que chegará a bom termo. Pricipalmente se caminhar lado a lado com Nhá Chica. Afinal, num mundo de gigantes, entre milhões de outros eBooks, o meu (e de Nhá Chica) também é já visível. Ainda demorará. Mas chegaremos lá. Porque nunca nenhum sonho é grande demais!
    Estes têm sido os "suaves milagres" de Nhá Chica. E este é o testemunho público que eu precisava de dar.

    Isabel Gomes

    E-mail: isabel6320@gmail.com

    http://ideasaojose.blogspot.com

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